Toda empresa tem uma história cheia de personagens. Afinal, as coisas funcionam porque existem seres humanos por de trás de tudo. Mas, agora, a protagonista é a matriarca da família Poli que é a maior responsável pelo Zagaia Eco Resort e outras empresas. Estou falando de Maria Aparecida Miguel Poli, ou simplesmente, como é chamada pela grande maioria da equipe do hotel com maior carinho e respeito, dona Cida.
Dona Cida chegou para a nossa conversa, como sempre, com um lindo sorriso, cabelo impecável, colar grande muito bonito, um perfume sutil que tranquilamente agrada a todos ao redor e traz sofisticação. De um jeito ou de outro, ela dá um toque especial por onde passa, em todos os sentidos. A recepção do Zagaia que o diga com os vasos e plantas naturais trazidos por ela.
Por falar nisso, receber bem os hóspedes é algo que sempre foi um cuidado de Cida, em Bonito, no Mato Grosso do Sul, ou em Iretama, no Paraná, onde começou a trajetória na hotelaria, no hoje chamado Jurema Águas Quentes.
Em 1972, os pais de Maria Aparecida, descendentes de sírios, suecos e italianos, inauguraram o hotel na região sul do Brasil que leva o nome da mãe dela, Jurema. Cida, o marido Celso e os irmãos Sérgio, Rui e Raquel ajudavam os pais. No começo, Cida e outros funcionários eram uma das atrações do resort. Faziam shows musicais de sertanejo e música raiz com direito a figurino completo: chapéu, camisa e detalhes de franjas de couro. Foram sete anos de palco. Era uma realização profissional, afinal ela tinha sido professora de música além de ter dado aula na escola primária.
Se dedicou muito aos departamentos recepção e reservas. Em Curitiba, na capital do estado, chegou a abrir uma agência com os filhos para vender as hospedagens, Cida Tur. Vendia mais do que o próprio hotel naquela época.
Na década de 90, quando Celso veio para Bonito com os filhos Luciane, Guilherme e Celsinho para construir o Zagaia, dona Cida ainda ficou durante um tempo cuidando do Jurema Águas Quentes com os irmãos. Em 1996, juntou-se a família, no paraíso do interior de Mato Grosso do Sul, para implementar o que hoje é o único resort do estado, reconhecido nacionalmente. Ficou uma semana liderando a cozinha do Zagaia, acordava às cinco para arrumar o café da manhã, passava pelo almoço e jantar quando chegava a queimar os braços nas panelas enormes.
Nitidamente, o Zagaia Eco Resort cresceu muito graças a experiência da família Poli e de muitas outras pessoas. E a protagonista deste momento, sem dúvida, foi fundamental e continua sendo, que seja nos detalhes para os clientes que chegam ao hotel.
Finalizei a conversa com a Maria Aparecida perguntando duas coisas. A primeira o porquê de tanta elegância. Ela disse “meu pai, Delcides Constantino Miguel, dizia que moça tinha que andar de salto alto e batom”. E se tivesse que dar um recado para a dona Cida, de dona Cida para dona Cida, indaguei. “Aguenta mais um pouco aí!”, finalizou com mais um lindo sorriso.