Bonito, em Mato Grosso do Sul, cerca de 300 quilômetros da capital Campo Grande, continua sendo um dos destinos turísticos mais lindos do mundo, por conta da natureza inigualável, e o mais completo do Brasil quando se trata de ecoturismo. Os mais de 40 passeios da região estão funcionando normalmente. Se um e outro ficam interditados depois de um temporal, as interdições duram cerca de dois dias, mas vale já aqui reforçar que a cidade oferece várias opções de lazer independentemente de questões climáticas.
Além dos passeios de mergulho e flutuação nos rios de águas cristalinas, o turista pode curtir grutas, cachoeiras, cavalgadas, atividades de aventura como arvorismo, rapel e tirolesa, projetos de conscientização e educação ambiental, trilhas na natureza e muito mais.
Muitos agentes de viagens e os próprios turistas, Brasil afora, estão na dúvida de como Bonito realmente está hoje, depois das reportagens que foram ao ar sobre a turbidez nos rios. Alguns, na internet, chegam a afirmar que “tudo virou lama”. O que não é verdade. Por isso, para não ter erros de interpretação do que a imprensa divulgou, tentaremos esclarecer o que está acontecendo.
Quando chove muito em Bonito e região, alguns rios turvam e depois voltam ao normal. “A turbidez das águas é um processo relacionado a fatores naturais e fatores antrópicos, influenciados pela ação do homem. A água turva naturalmente quando tem fortes chuvas. Porém essa turbidez se intensifica com a exposição do solo. Essa exposição do solo pode estar relacionada a atividades no meio rural como lavouras, aberturas de estradas, dentre outras. Quanto mais protegido o solo, menos turbidez nas águas. Por isso a importância de se preservar as matas ciliares, evitando processos erosivos e carreamento de sedimentos para dentro dos rios”, explica Fabrício de Souza Maria, biólogo, consultor da empresa Bion Consultoria Ambiental.
Desde outubro do ano passado, está em execução o Projeto de Recuperação das Microbacias de Bonito, liderado pelo engenheiro agrônomo, gestor de desenvolvimento rural da Agraer em Bonito, Paulo Sergio Gimenes, que recebeu apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar. O trabalho envolve cerca de dez áreas do município e redondezas onde existem propriedades rurais: região do Córrego Seco, região da microbacia Rio Mimoso, região da microbacia Rio da Prata, região da microbacia Rio Anhumas e nas estradas próximas a essas microbacias. Há um planejamento estratégico para a contenção das águas pluviais que segue nos próximos meses.
É importante ressaltar, deixar bem claro, que a turbidez não acontece em todos os rios da região. Nem em todos os percursos dos rios que sofrem turvamento. Nas nascentes, por exemplo, onde são realizadas várias opções de flutuação, passeios onde turista nada pertinho dos peixes, as águas sempre estão cristalinas.
“As águas dos rios de Bonito são cristalinas devido aos fatores geológicos relacionados às rochas calcárias. As águas ao passarem por essas rochas dissolvem grande quantidade de carbonato de cálcio que decanta os sedimentos e deixa límpida as águas dos rios da região da Serra da Bodoquena”, esclarece o biólogo Fabrício.
Nascente do rio Bonito, um dia depois de forte chuva. Local de flutuação do passeio Nascente Azul, em Bonito.
As reportagens mostraram os sinais da natureza. Sim, o meio ambiente está pedindo atenção e ajuda. Todos nós, sem exceção, devemos prestar mais atenção e ajudar na preservação e conservação. Principalmente os produtores rurais que usam as terras próximas de recursos hídricos. Todo respeito com o meio ambiente é pouco.
Agora, se você vier amanhã a Bonito poderá nadar em rio de água cristalina, lavar a alma em uma das dezenas de cachoeiras e ainda vai poder se encantar em uma das várias cavernas, SIM.
Bonito é completamente diferente de tudo no planeta. A Serra da Bodoquena, onde fica Bonito, é, sem dúvida, um paraíso na Terra. Venha passar dias inesquecíveis e nos ajudar a conservar a capital do ecoturismo. Seja muito bem-vindo!